Março
- Mulheres escritoras brasileiras – homenagem
13
– Mariana Basílio
Esta
é a 13ª postagem que faço em homenagem às mulheres escritoras brasileiras. No
primeiro texto desta série, dizia eu que a literatura brasileira vive um
momento de extraordinária potência criativa. Não tenho lembrança de época tão
rica e singular.
De
uns anos para cá, observando o crescimento de volumes de autoria de mulheres,
resolvi juntá-los num canto da bibliocasa. Por alto, são mais de 1000 volumes,
num cardápio estonteante.
Que
me perdoem os homens, lidos também com muito interesse (e são muitos), neste
mês de março, a prioridade é delas, como até há bem pouco tempo foi deles.
Agora são eles e elas, no mesmo diapasão.
Repito
que não se trata de mero julgamento de valor literário (mas também), trata-se
uma leitura crítica de cunho muito pessoal. Listas, como se sabe, são sempre
passíveis de julgamento, sei do risco, mas ainda assim, arrisco. Optei pelas
poetas vivas, que publicam com regularidade e integram o meu acervo.
Hoje
selecionei os três livros de Mariana Basílio, nascida em Bauru, interior de São
Paulo e atualmente reside na Capital. Não me lembro exatamente quando nem onde
adquiri seu livro Tríptico, Ed. Patuá, 2018. Pelos dados da orelha,
tratava-se de uma escritora muito jovem e, por isso mesmo, chamou minha atenção
a maturidade e destreza com que maneja a língua da poesia. Sua cultura
literária é rara e nada compatível com sua idade (nasceu em 1989) se levarmos
em conta outras estreias. A princípio, fiquei desconfiada, pelo fato de não
confiar (literariamente) em ninguém com menos de trinta. Levei uma surra
estética, derrubando minha ridícula teoria.
Na
verdade, antes desse título, Maria publicou “Nepente”, 2015 e “Sombras &
Luzes”, 2016. A propósito, curiosidade aguçada como sempre, fui pesquisar sobre
esses livros e me apareceu um único volume de “Nepente” num portal de sebos.
Não se animem, só havia esse volume, comprei e agora, já é meu e estou na
expectativa do recebimento.
Voltemos
ao Tríptico, que recebeu o apoio para publicação do ProAc São Paulo. Na orelha
de “Tríptico”, anota Micheliny Verunschk: Poetas audazes são salutares para que
a poesia continue cumprindo sua vocação de linguagem sempre nova, por isso há
que saudar a voz de Mariana Basílio e esse poema que nos captura para um outro
território.”
Se
não saudei antes, faço-o agora.
Em
2020, o ano que passou, mas não foi esquecido, a Patuá publica “Mácula”, também
com patrocínio do ProAc. A título de posfácio, é a poeta que nos diz que “A
seção principal do livro Mácula foi constituída com uma pesquisa realizada nas
redes sociais, no dia 9 de junho de 2020. A partir do questionamento “Quais são
as palavras, ou qual a grande palavra de sua vida hoje?” 266 pessoas
responderam à pesquisa, totalizando 342 palavras indicadas entre os
participantes, em um período de 24 horas. Desses, a autora selecionou 50
palavras que resultaram em títulos dos poemas. O objetivo dessa pesquisa foi
mapear a energia populacional brasileira, com as vozes dessa atmosfera do país
no pico da pandemia mundial causada pela Covid-19.”
O
resultado é um livro-porrada, do qual saímos doídos e cambaleantes, mas é uma
dor amenizada pela beleza da linguagem, neste caso, poesia.
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