segunda-feira, 30 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 30, domingo

família
ao redor
ao redor da mesa
ao redor dos afetos
centro

domingo, 29 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 29, sábado

Poesia e poetas
       na roda
Ciranda imprescindível
questão de sobrevivência


sábado, 28 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 28, sexta

Há 5 anos nos
              deixava
Senhorinha
esteio moral
de todo um clã
(todos órfãos
     irremediáveis
                  órfãos)
Pensei nela hoje
(minha mãe espiritual)

presença, ainda

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 27, quinta

refaço roteiros
antigas cartografias
sempre renovadas


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 26, quarta

Corrigir postura
esticar, esticar
o corpo velho
         revida
dolorido, reclama

        e faz doer

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 25, terça

"cidade imaginária"
              :
na pauta das
        utopias
(sigamos)
como desestimular
       amigos, tão
          utópicos

                   quanto?

terça-feira, 24 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 24, segunda

Ensaio sobre a cegueira

Eis o Labirinto
e, no entanto,
sequer há a certeza
de um único minotauro

O fio não é visível
      às cegas, súditos
e rebeldes, tateiam

(ninguém é inocente

neste reino podre e pobre)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 23, domingo

Churrasco e afetos
              (muitos)
tornam a celebrar
         os 71 de VTV
(a super lua cheia
enche o céu e marca
a noite do que foi

um belo dia)

Diário (quase íntimo) 2013

junho 22, sábado

Vatapá e afetos
      celebram
           os 71 de
                V.

(sempreamado
semprepresente
semprecompanheiro
     prasempre

sábado, 21 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 21, sexta

Chá combina

     com política
     com arte
     com amizade
     com projetos

tomemos chá
   (e muito café
                também)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 20, quinta

A Universidade pública
    ouve e abre portas

(ou pelo menos
    uma parte delas)

para o mundo sem doutorado

(recebe e reflete
     sobre esses
          outros
                 saberes)

fato novo e alvissareiro

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 19, quarta
Livros, livros...
    Tarefas
         sem fim...
(é bíblico e, no meu
                   caso

             fado)

Diário (quase íntimo) 2013

junho 18, terça

O Brasil
          nas ruas
(um que sabe porque
               vai
outro que manda ir
     e sabe porque
          manda)
o povo ordena, mas
há sempre quem ordene
mais...   Bom, mas

     preocupante....


terça-feira, 17 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 17, segunda

 na roda
(conceito, estética
intencionalidade
sombra
imanência
procedimentos
conscientes
inconsciente
leitura
sombras
mito da caverna)
a arte e seus

caminhos, hoje

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 16, domingo

cheiro de terra
folhas orvalhadas
orquídeas
     dádiva e

        redenção

Diário (quase íntimo) 2013

junho 15, sábado

farsa democrática
     e participativa municipal
(massa de manobra
manipulação
cinismo
desrespeito cidadão)
participei, mas não
    participei
                  sou
desde sempre, voz no
coro dos descontentes


Diário (quase íntimo) 2013

junho 14, sexta

chá
     para aquecer
           ânimos exaltados
decepções
demandas cidadãs
      atortadas
chá e bom humor
     em combate

     à dor de estômago

sábado, 14 de junho de 2014

Dia de Portugal em São Paulo - Vexatória comemoração

O sedutor "convite" era realmente tentador e foi estampado largamente nos guias culturais da semana (Folha e Estado), blogs, matérias  na imprensa e no email que recebi da Câmara Portuguesa. era realmente tentador:  "Para comemorar tão significativa data e estreitar ainda mais os laços culturais com a Pátria-irmã, o governo de Portugal, através de seu Consulado, oferece ao público paulistano um concerto muito especial, no dia 13 de junho na Sala São Paulo. Única apresentação de António Zambujo, Mariana Aydar e Roberta Sá, com apresentação de Maria de Medeiros." Em todos eles a mesma informação: " A retirada dos ingressos gratuitos acontece a partir das 20h30 na própria Sala São Paulo."

Desconfiei. Afinal, em pleno  dia de Santo António, quando a esmola é muita... Hesitei (diferentemente do que pratiquei na minha juventude, hoje gosto de sair de casa com o ingresso ou a passagem no bolso).  Era sexta-feira, 13, lua cheia (linda) e alguns bruxos e bruxas de "universidades esotéricas" entrevistados pela imprensa aqui do meu subúrbio, asseguravam que, conjugados todos esses fatores, a data "traria muitos aspectos positivos". Afinal, essa tradição desse tipo de prognóstico e  "leituras" ambíguas remontam às pitonisas da antiguidade grega  e, pensei eu, se convenciam monarcas e imperadores, não custava acreditar.
Afinal, a Sala São Paulo, nossa mais charmosa e moderna sala de concertos e o programa, nada esotérico, era bastante apetitoso.  Fui. Fomos (eu, marido e duas filhas)
Prevenidos, chegamos com uma hora e meia de antecedência e lá já havia uma 50 ou 60 pessoas na fila e foram chegando mais, e mais... e a fila a perder de vista. Por outra porta, entravam senhores engravatados, com suas respectivas famílias, carros oficiais de embaixada e consulado deixavam alguns deles na frente do prédio histórico e foram entrando, às centenas. munidos de seus respectivos convites impressos, enquanto que os "convidados "informais" permaneciam na interminável fila que não parava de crescer.


Pois bem, aproximava-se a hora do concerto, 21h00, a fila dos excluídos, cidadãos enganados por um convite falso divulgado amplamente na imprensa, começava a mostrar inquietude. Alguns, como eu, saíram de seus lugares para indagar a razão da não abertura da bilheteria às 20h30, conforme anunciado, e os pobres homens vestidos de preto, assustados e munidos de fones de ouvido, seguranças sem nenhuma segurança, não sabiam o que responder. 
Subi a escada por onde entraram os senhores empertigados  e pedi para falar com alguém responsável por aquele desastroso concerto, quando vi que, atrás de mim, vinham outros, muitos. Não havia ninguém para responder, apenas uma pobre e linda recepcionista, já sem voz, que tentava justificar o injustificável:  "não esperavam tanta gente". "A sala está completamente cheia" (nota: pelos engravatados "convidados oficiais", após o coquetel que lhes foi servido - o cheiro ainda estava no ar). A possibilidade de liberação de entrada para os da fila sem gravata que há horas ali esperavam, a essa altura, mesmo sem um esclarecimento formal da organização, não mais seria possível.   Estava claríssimo que tratava-se de um evento "Fechado"  e que a falsa abertura para a "patuleia", convidada por convidar, não passou de uma falsa atitude tomada apenas para justificar as verbas despendidas num evento falsamente  "aberto" ao "público".
Os ânimos começaram a se exaltar e, quando dei pela coisa, já havia centenas de pessoas ali, ameaçando invadir a sala, se não chegasse alguém com alguma justificativa plausível. Quatro ou cinco seguranças, tentavam fechar a porta, quando uma senhora se postou ali e disse que eles não fechariam e não a tirariam dali até que alguém viesse com a justificativa. E nada, e nada. Barulho, muito barulho dos que, justamente, sentiram-se desrespeitados. E o impasse continuava. A multidão aplaudia e exigia a liberação da entrada (a essa altura o concerto a meio). Neste caso, e apenas neste, lamentei que o famoso isolamento acústico que abafa o ruído das locomotivas que passam ao lado, fosse tão perfeito e que os "de dentro" não pudessem ouvir o clamor dos "de fora". Realmente uma pena.
Foi essa lamentável trapalhada oficial, resultante de  flagrante e inaceitável amadorismo para um evento desse porte que resultou numa total falta de respeito aos que ali foram, seduzidos pelo tal convite "amplo" e "irrestrito". Esqueceram-se os organizadores de um pequeno detalhe: estávamos numa cidade de 13 milhões de habitantes e que um convite "aberto" para um evento "fechado", disparado larga e irresponsavelmente na imprensa, redes sociais e emails, pode resultar numa "guerra".
Portuguesa que sou, não me sinto representada no Brasil por esse Portugal ultrapassado, um Portugal de compadrios, um Portugal "pequeno" demais para sua grandeza histórica, um Portugal não compatível com o Portugal moderno, sua arte e cultura, ali muito bem representada por António Zambujo que, por certo, nem sequer soube do que ali ocorreu.  
Indignada, compreendi naquela hora muitos dos gestos (desmedidos) ocorridos nas incontáveis manifestações do último ano... Indignação não é controlável. Demorei para controlar a minha. Juro que pensei, em... Deixei pra lá, não tenho mais idade nem físico para isso e não esperei para ver o resultado. Só espero que os outros indignados tenham se acalmado para bem do patrimônio público que ali se encontra.  
No trajeto de volta, perguntas sem resposta, para além daquele lastimável episódio,  e que há muito tempo me faço, vieram  martelando o cérebro:
-será que para os titulares das instituições  representantes de Portugal em São Paulo  a comunidade portuguesa resume-se aos chamados "comendadores"  e algumas outras  figuras carimbadas sempre presentes às mesmíssimas festas galantes promovidas por  embaixada e consulados, destinatários únicos de eventuais mimos e verbas do Governo português? Nada contra os tais senhores (aliás, sempre senhores, há muito poucas senhoras "titulares" de convites, via de regra, comparecem apenas como "conjuges"), mas a questão é esta: quais os serviços relevantes prestados por essas instituições para a maior comunidade portuguesa fora de Portugal? 
Esta não é a primeira vez que me manifesto sobre estas questões.

Meu prontuário no Consulado de Portugal deve manter arquivadas algumas de minhas manifestações "oficiais" passadas. Fica mais esta para a coleção. Dalila Teles Veras, natural de Portugal, cidadã luso-brasileira, de fato e de direito. (a imagem é de Luzia Maninha, que ficou de me enviar um vídeo que posteriormente postarei também aqui).

Diário (quase íntimo) 2013

junho 13, quinta

Salve!
     Poeta do desassossego
    nos seus 125 anos
Salve Santo Antonio
           de Lisboa
de quem Fernando

emprestou o Antonio


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 12, quarta

Os fétidos poderes
vão ao cabeleireiro
e cuidam das aparências

Os fétidos poderes
       municipais
namoram com os
       estaduais
deixando os sonhos
           federais
para um amanhã
   que há de ser ainda
       mais fétido
minha cidade é fake
        em seus poderes podres
e vive de aparências



quarta-feira, 11 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 11, terça

Café
     repartido
     em afetos
(sangue e raízes)

      irmanados

terça-feira, 10 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 10, segunda

ressaca
 
 (jornada
        12 horas
   do pensar)


dia do não pensar

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 09, domingo

é domingo
    a cidade dormita
         e come
(no lugar do rito
                a mova
a nova cozinha
     alheia e paga)
É domingo
    os trabalhadores da cultura
trabalham
    (ideias, debates
     e propostas)
   por uma cidade
           idealizada

cidade múltipla

domingo, 8 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 08, sábado

Percorro a cidade
(que se quer show
que se quer palco
que se quer imagem

que se quer espetáculo)

à busca de sua jugular

(ausculto
a cidade que não se quer
a cidade que é)


a cidade real


sábado, 7 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 07, sexta

límpido céu de
      Outono
            lá fora

tempo nublado

           cá dentro

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 06, quinta

RPG
Shiatsu
Quiropraxia

O corpo verga
     (mas ainda não

        quebra de vez)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 05, quarta

Há algo de sórdido
no reino de
    Andreópolis
Há algo mefistotélico
na gestão oficial
      de minha cidade
                só show...
                     xou...

                          xou...




quarta-feira, 4 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 04, terça

(radiante)
há sempre um dia
      uma hora
   (esperados)

demoram, mas
                    chegam
Chegaram!
(com licença do poeta,
esperar é, também,
                   saber)




terça-feira, 3 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 03, segunda

o coletivo
a exaustão
(valerá?)
a difícil prática
     da alteridade...
continuar é preciso
até mesmo porque
    recuar é mais

      difícil

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 02, domingo

pensar
     no coletivo
agir
     no coletivo
vida coletiva?

(a pausa para
     o aconchego
    se faz
     necessária
     premente)
hoje, pausei e, em
silêncio, evoquei minha
mãe, nos 11 anos de
sua morte

domingo, 1 de junho de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

junho 01, sábado

e junho entra
e nem sequer maio
      foi sentido
       (passou)
ano quase a meio
(nem a rédea
   nem o freio...)

     dispara

Diário (quase íntimo) 2013

maio 31, sexta


Um dia inteiro
     no casulo
(mergulho na
      vida

  cá dentro)