quarta-feira, 12 de março de 2025

Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem 9 – Cida Pedrosa


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem

9 – Cida Pedrosa

Nesta nona postagem em homenagem às escritoras brasileiras, destaco Cida Pedrosa, poeta pernambucana, largamente conhecida pelos prêmios que recebeu, mas também por sua atuação política e militante de esquerda.

Conheci a poesia de Cida Pedrosa em “Solo para Vialejo”, (CEPE, 2019). O livro havia ganho o maior prêmio de literatura brasileira, O Jabuti, em duas categorias, como “melhor livro de poesia” e “Livro do Ano”! Ora, pensei, isso não é pouco!

Lá fui eu adquirir o livro e foi o suficiente para que ficasse cativa da poesia de Cida. Uma voz singular, mergulhada em memórias e gentes de Bodocó, sertão do Araripe pernambucano, seu lugar de nascimento. Foi ao som de banjo e clarinete entoando Blues, a Jazz Band de Bodocó vai dando ritmo, muito ritmo a todo livro, na verdade, um longo poema lírico-musical!

 Ler o poema em voz (como eu gostaria de ouvi-lo pela voz da própria poeta) é ver e ouvir um coro polifônico que a poeta vai, maestra que é da língua da poesia, comandando, circulando entre as ancestralidades e seu saber erudito, saber que muito ouve e propala. Logo a seguir, Li “Araras Vermelhas” (Cia das Letras, 2022), outro longo poema, a poeta, munida de sua formação em Ciências Políticas (tem formação em Direito e Ciências Sociais) vai ainda mais fundo na crítica à sociedade desigual. Novamente aqui, a música atravessa os versos que, muitas vezes são repetidos, repetidos, como um diapasão.

Antes, a poeta publicara “As Filhas de Lilith”, Edições Claranan. Possuo a 2ª. edição, capa dura, acompanhado de um CD que integra o projeto “Olhares de Lilith”, com vídeos, 26 personagens femininas e 25 diretoras. Li este belo livro, logo após os dois títulos já citados, e foi outro espanto estético. Um erotismo que também é grito de guerra pelo preconceito. Um manifesto feminista e libertário.

Como se vê, li a poeta Cida Pedrosa da frente pra trás, ou seja, dos livros mais recentes que lhe renderam prêmios e reconhecimento até os menos conhecidos, como Claranã, Confraria do Vendo, 2015, RJ que também retrato o universo popular, através do cordel e outras técnicas.  

 Diferentemente das 8 poetas que foram homenageadas aqui, lidas há muito tempo e que já abracei pessoalmente, nada sabia de Cida Pedrosa nem da sua poesia. O espaço virtual muito contribui para as aproximações. Espero que ela goste.

 Leiam Cida Pedrosa, leiam mulheres escritoras brasileiras e ouçam com ouvidos atentos e desarmados essas vozes contemporâneas do Século XXI, momento histórico em que, sem freios, cantam a sim mesmas e ao seu lugar.

dtv.


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