Às vésperas de completar 78 anos, fico cada vez mais perto de me tornar uma octogenária e isso não deixa de me assustar um pouco (agora há pouco isso era uma possibilidade tão distante e incerta!). Para amenizar o susto, leio e escrevo furiosamente.
Leio
por vício e paixão. Escrevo pelos mesmos motivos de antes, ou seja, sobre
paixões e angústias do mundo ao redor, punhaladas e dores, mas também sob os
impactos da beleza, tudo transmutado em literatura. Agora, com um sentido
especial, o de sentir-me viva, criativa e contemporânea de gerações posteriores
à minha.
Assim
como fiz aos 50, aos 60 e aos 70, um livro novo celebra a data de meu
aniversário e reúno os amigos para um brinde.
Desta
vez, não será diferente, com um pequeno detalhe: não se trata de uma “data
redonda”, pois de ora em diante, pretendo não deixar nada para depois, sob pena
desse depois não acontecer. Tudo terá que ser aqui e agora.
Voltemos
ao livro. Após três décadas com minha própria chancela editorial, esta é a
primeira vez que envio originais para outro editor que não seja eu mesma e
minha reduzida equipe (Luzia Maninha e Isabela) que executa, profissionalmente,
todas as etapas inerentes a essa tarefa sem fim que é editar um livro.
Entreguei
originais de “opções para morrer no espaço” a uma pessoa que admiro, pelos
mesmos motivos que é admirado por tantos, Eduardo Lacerda, editor da Patuá, uma
valente casa editorial que vi nascer e crescer até chegar no que é hoje, uma
“pequena gigante”. Eduardo tem apostado com frequência em jovens autores
nascentes, mas também publicado autores com trajetórias consolidadas e, com
isso, vem sendo reconhecido com prêmios importantes no campo editorial.
A
experiência de publicar um livro sem participar diretamente de todo o processo
de produção, aceitar que olhos mais “isentos”, se debrucem sobre os poemas e a
roupagem final do livro, tem sido uma experiência bastante gratificante e,
afinal, o livro saiu impecável e do jeito que o imaginei, graças à competência
da assistente editorial Amanda Vital (pelos milagres cibernéticos, ela em
Lisboa e eu em SP) e de Roseli Vaz responsável por todo o projeto gráfico, a
quem agradeço por acatarem, com extrema gentileza, alguns pitacos de puro
“preciosismo”.
Agora
faço o que não fiz com meus livros anteriores, saio armada de marqueteira (sem
a devida vocação) em prol de um editor que precisa vender os livros em que
apostou e, no meu caso, apostou muito, com uma tiragem de 1.000 exemplares,
caso raro em pequenas e médias editoras, em se tratando de poesia, sempre a
prima pobre da “escala” preferencial do “mercado editorial”, essa cadeia que,
para mim, sempre foi uma “entidade” abstrata e aterradora. Vamos, ainda assim,
pelo subsolo, contar com a colaboração fraterna e amorosa pela poesia e pelo
livro dos amigos e eventuais leitores.
Já
temos apresentações e autógrafos marcados para os dias 27.06 (uma
quinta-feira, à noite, no Patuscada, bar da Patuá, em Pinheiros, SP), 29.06,
um sábado, pela manhã, na Alpharrabio Livraria e Espaço Cultural, em Santo
André) e no dia 30.06, à tarde, na simpática e acolhedora Feira do Livro,
no Pacaembu, SP. Outros virão, certamente, mas desde já, espero contar com os
amigos pois são eles e apenas eles que se deslocam para encontros como esses. É
óbvio que espero contar com eventuais leitores que vierem a comprar meu livro,
pela capa, pela leitura da orelha, por alguma dica de leitura ou por já
conhecerem algum de meus livros anteriores que, diga-se, são muitos, mais
precisamente, 20, no gênero poesia. Com este, são 21 títulos, mais outra dezena
em outros gêneros, como crônica, diários e ensaios memorialísticos.
O
livro já se encontra à venda pelo site da Editora Patuá. É só entrar neste
link, efetuar a compra, receber o livro em casa ou outro local indicado,
deixando um editor satisfeito e uma autora realizada: