quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Conversas recentes sobre poesia e cultura

Abaixo, links para conversas recentes minhas com gente interessante, sobre poesia, cultura e correlatos:

Arteletra Literatura - Caderno inquieto & Estranhas formas de vida (dtv e Tarso de Melo)

Arletra Literatura

http://www.youtube.com/watch?v=Fqv5rQ5Z-tk


Programa Cultura.com na Web TV Uptv, entrevista a Chico Cabrera:

Cultura.Com


Relato de Experiência no GT

Encontro da Diversidade Cultural do ABC
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Benedetti, mais um


Hoje, na minha caminhada matinal, topei com um canteiro de miosótis, delicada florzinha também conhecida por "não-me-esqueças", em plena floração primaveril, oferecendo azuis aos passantes.
Lembrei imediatamente de um poema de Mario Benedetti. Aproveito o ensejo para dar continuidade à promessa de publicação de mais poemas que traduzi do poeta uruguaio e que permanecem inéditas. Lá vai:

NÃOMEESQUEÇAS

Cultivei um longo poema
Que ainda que se prodigalizasse em seus gerânios
em pouco tempo perdeu o viço

cultivei outro com jasmins
frágeis caseiros e insondáveis 
porém se desprenderam como flocos de neve

e cultivei outro mais
que era um cerco balsâmico de rosas
porém murcharam sem grandeza

por fim tive um harém de nãomeesqueças
e não posso esquecê-los porque colam

azul em minha memória

NOMEOLVIDES

Tuve un largo poema
que aunque se prodigaba en sus malvones
al poco tiempo se quedó sin rojo

tuve otro con jazmines
frágiles hogareños e insondables
pero se descolgaron como copos de nieve

y tuve alguno más
que era um cerco balsámico de rosas
pero se marchitaron sin grandeza

por fin tuve un harén de nomeolvides
y no puedo olvidarlos porque añaden
azul a mi memoria

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Viagem ao meio do mundo

Dentro do meu projeto de conhecer todas as 27 capitais brasileiras (agora só faltam 5), visitei, desta vez, a cidade de Macapá (na língua Tupi "o lugar da chuva" ou no dialeto nheegatu, "terra que acaba"), capital do Estado do Amapá. extremo Norte do país.



Confesso que foi uma emoção grande ver com olhos de ver e sentir as águas escuras do Rio Amazonas, assistir ao ir e vir das ondas e marés desse mar de água doce


observar a placidez de sua vida ribeirinha. Aqui, as águas regulam a vida


a vida no ritmo das águas


Outra interessante experiência, foi, no local assinalado (um belo monumento denominado Marco Zero), poder "imaginar" que estava com um pé no Hemisfério Norte e outro no Hemisfério Sul ou, melhor ainda, "no meio do mundo", Latitude 00°, nem mais nem menos!


Assim como o monumento, o estádio de futebol Milton Correa, conhecido como "Zerão", foi construído de tal forma que essa linha imaginária o divide ao meio o que significa que, numa partida de futebol,  cada time joga num Hemisfério diferente.


Outro dado curioso: não existe ligação ferroviária nem rodoviária com Macapá, Só se pode chegar lá por barco ou avião. O rio, o grande Rio Amazonas, a separa do Continente (ou, melhor,a une ao Continente, já que ali, culturalmente, o meio natural de transporte é o fluvial). Outro dado interessante:  a partir de meados dos século XIX, quando o Marquês de Pombal ordenou que ali, à entrada do Rio Amazonas fosse construída uma fortificação, o Amapá era apenas uma cidade que, somente a partir de 1943, foi transformada em Território. Finalmente em 1988, quando da nova Constituição Brasileira, o Amapá tornou-se um "estado" da Federação. Assim, o Amapá é um jovem estado brasileiro de apenas 25 anos. O total da população do Amapá é de 735.000 hab., dos quais 60% estão na Capital. Só para dados de comparação, minha cidade de Santo André, que pertence à região metropolitana de São Paulo, possui quase a mesma população daquele estado, só que numa extensão territorial totalmente desproporcional, ou seja, o Amapá, com seus 16 municípios, abrange uma área de 142.814 km2 e Santo André, um dos 645 municípios do Estado de São Paulo, tem uma área de apenas 175 km².O jovem estado brasileiro, na realidade, permanece em (quase) tudo, na condição de "território", posto que depende economicamente da União. Tive certeza disso quando, ao chegar, perguntei ao taxista (eles são sempre o grande "estetoscópio" das cidades) o que impulsionava a economia ali e ele secamente respondeu: o "contracheque", ou seja, o salário do maior empregador, o governo federal. A saída possível, seria um grande investimento em turismo que, lamentavelmente, está longe de existir. Atrações e exotismo para oferecer ao visitante é o que não falta.

Este louco Continente chamado Brasil, único, mas tão diverso em sua singularidade, desproporcional e ainda longe de ser igualitário socialmente, está, como se vê, ainda a ser construído. Lentamente se construindo e reinventando e é justamente isso que o  torna fascinante e desafiador. 

Fico por aqui, ainda que haja muitas outras curiosidades e atrações para serem contadas e apontadas, como a maravilhosa Fortaleza de São José







Estas admirável construção, erguida em 1764 


 e em boa medida, com sua edificação original



abrigando dentro de suas fabulosas muralhas, uma verdadeira "cidade"
Muito haveria para dizer do Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável


e seu ambiente "cenográfico" da vida local (indígena, folclórica, urbana...) que interage com a comunidade e chama para "mostrar" suas culturas


o Quilombo de Curiaú, seu balneário e a criação "comunitária" de búfalos


o Porto de Santana e a azáfama de carregamento de mercadorias, como o açaí



o Balneário de Fazendinha (sim, essa "praia" com ondas é mesmo um rio, O grande Amazonas:


nos arredores da cidade, onde chegamos conduzidos por nosso "anjo protetor da floresta urbana macapaense", o primo/amigo Eider 





saboreamos um indescritível  "camarão no bafo"





e... e... mas fico por aqui, esperando ter respondido àqueles que me perguntam: Porque "passear" em Macapá?

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Janelas

Olhar de dentro pra fora





de fora pra dentro





de cima pra baixo





haverá sempre uma janela para o mundo, basta estar vivo e aberto a alteridades.

Logo mais contarei o que vi (ou imaginei ter visto) através delas. (dtv)