O
PASSADO À JANELA DO 28
Olhos
coloridos de azulejos
homens
e roupas ao vento
o
passado passa
despudorado
à
janela do elétrico
na
porta do Martinho da Arcada
nos
ferros retorcidos do Chiado
Olhares
impassíveis de Garret e Junqueiro
a
cabeça cheia de pombos
e
a certeza da inutilidade da glória
Homens
no lugar de outros homens
Lisboa
é a mesma
apesar
das Amoreiras
dalila
teles veras, Lisboa, junho/1989
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