segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A Ilha da Madeira numa crônica (inédita) de 1991 e imagens de 2014

CRÔNICA MADEIRENSE

Aqui, a terra sempre se acaba e o mar está sempre a começar. A vertigem nas curvas dos caminhos, nas casas construídas sobre penhascos, ópio para a falta de distâncias e horizontes. Cores e luz. A luz, a luz... magia, convite à embriaguez pela beleza.  Em ritmo de outros tempos, as freguesias quase fantasmas dormitam sua solidão e são parte integrante da natureza.
Cava-se, aduba-se, rega-se em silêncio. Apenas o rumor do mar ao fundo,  incessante canção de uma só nota.
Resta aos madeirenses o vinho, a festa e a fé, energia e combustível contra o elo sufocante da terra sem continuação.




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