Hoje
vesti meu casaco húngaro, adquirido numa visita a Budapest, em 2005, e que me
acompanha desde então. Sempre que preciso de energias e por inexplicável razão
simbólica (talvez por ser tecido em tear manual, talvez por sua estampa florida e seus botões de ferro...), visto-o e é como se proferisse uma palavra mágica, do tipo “shazam”,
para passar o restante do dia com a sensação de cavalgar o dia, feito os
“ginetes apocalípticos” daquela terra de fronteiras constantemente alteradas.
Os objetos possuem poder.
Abaixo
um poema que fiz à época, dedicado àquele povo e que integra um livro inédito e
há anos, sempre “in progress”, cujo título, provisório é poemas errantes ou viagens na minha e outras terras:
Magyarország e sua língua
a
velha magyarország
século
após século
desde
sua fundação
no
século IX, foi
ocupada
/ dominada
por
romanos,
celtas,
eslavos
otomanos,
turcos
hunos
e russos
do
fausto do império
à
utopia do comunismo
a
hungria cigana
hoje
experimenta
a
democracia, enfrenta
globalização
e consumismo
(nova
ameaça)
Dessa
história toda
ficou-me
a imagem mítica
dos
“ginetes apocalípticos”
que
cavalgaram dia e noite
comeram
a si mesmos
pela
conquista da terra
e
da própria identidade
cravaram
“magyar”
no
próprio peito e
nas
terras conquistadas
construíram uma língua
que é só deles
que é só deles
sem
parentescos
-
singular patrimônio
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