O Tejo desde o Castelo de São Jorge (foto dtv, 2012) |
Dia destes, o amigo Luís Avelima postou em sua TL do
Facebook um poema de Sebastião da Gama, seguido de pertinentes comentários
sobre aquele poeta português, inexplicavelmente quase desconhecido entre nós
(não conheço nenhuma edição brasileira de seus poemas - tenho-os na coleção
"Obras de Sebastião da Gama" das Edições Ática (Lisboa), em 7
volumes).
Como (quase) todos aqueles a quem os deuses amam, viveu pouquíssimo o nosso poeta (1924-1947 - 23 anos apenas) e deixou uma obra que mereceu elogios de inúmeros dos mais altos poetas seus contemporâneos.
Lembrei-me, assim, de revisitá-lo e, com encanto e enorme prazer estético, fui folheando a esmo, o diário, os poemas e não tive como não lembrar da amiga Isa Ferreira, em companhia de quem tive, por algumas vezes, a alegria de percorrer esses mesmos lugares onde nasceu e viveu o poeta (Azeitão, Serra da Arrábida, Setúbal, lugares banhados pelo rio Sado que ele tão bem cantou). A certa altura, dou com este poema (Canção do Tejo), que deixo aqui em homenagem à amiga que mora à beira-Tej, mais precisamente, numa de suas "banheiras", e como o poeta, tanto ama e canta (e fotografa) esse rio-mar que ele tantas vezes também contemplou e o atravessou:
Como (quase) todos aqueles a quem os deuses amam, viveu pouquíssimo o nosso poeta (1924-1947 - 23 anos apenas) e deixou uma obra que mereceu elogios de inúmeros dos mais altos poetas seus contemporâneos.
Lembrei-me, assim, de revisitá-lo e, com encanto e enorme prazer estético, fui folheando a esmo, o diário, os poemas e não tive como não lembrar da amiga Isa Ferreira, em companhia de quem tive, por algumas vezes, a alegria de percorrer esses mesmos lugares onde nasceu e viveu o poeta (Azeitão, Serra da Arrábida, Setúbal, lugares banhados pelo rio Sado que ele tão bem cantou). A certa altura, dou com este poema (Canção do Tejo), que deixo aqui em homenagem à amiga que mora à beira-Tej, mais precisamente, numa de suas "banheiras", e como o poeta, tanto ama e canta (e fotografa) esse rio-mar que ele tantas vezes também contemplou e o atravessou:
Canção do Tejo
Quem não tem saudades tuas
não é homem nem é nada!
Meu Tejo, que eu já não via
vai pra lá de uma semana,
com tuas barcas à vela,
tuas margens com teus prédios
batidos de Sol em glória,
rever-te foi encontrar-me,
como se andara perdido
por becos de alma estrangeiros.
Ai as saudades que eu tinha
de quanto é para mim,
ribeira de Bernandim,
águas santas de Camões!
Nem as saudades me cabem
na linha torta do verso.
Pudesses vê-las nos olhos,
meu Tejo!, com que te vejo...
Pudésseis, águas!, notar
o lindo amor que vos tenho,
que tão lindo, que é tamanho
porque já nele anda Mar.
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