sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Viagem ao meio do mundo

Dentro do meu projeto de conhecer todas as 27 capitais brasileiras (agora só faltam 5), visitei, desta vez, a cidade de Macapá (na língua Tupi "o lugar da chuva" ou no dialeto nheegatu, "terra que acaba"), capital do Estado do Amapá. extremo Norte do país.



Confesso que foi uma emoção grande ver com olhos de ver e sentir as águas escuras do Rio Amazonas, assistir ao ir e vir das ondas e marés desse mar de água doce


observar a placidez de sua vida ribeirinha. Aqui, as águas regulam a vida


a vida no ritmo das águas


Outra interessante experiência, foi, no local assinalado (um belo monumento denominado Marco Zero), poder "imaginar" que estava com um pé no Hemisfério Norte e outro no Hemisfério Sul ou, melhor ainda, "no meio do mundo", Latitude 00°, nem mais nem menos!


Assim como o monumento, o estádio de futebol Milton Correa, conhecido como "Zerão", foi construído de tal forma que essa linha imaginária o divide ao meio o que significa que, numa partida de futebol,  cada time joga num Hemisfério diferente.


Outro dado curioso: não existe ligação ferroviária nem rodoviária com Macapá, Só se pode chegar lá por barco ou avião. O rio, o grande Rio Amazonas, a separa do Continente (ou, melhor,a une ao Continente, já que ali, culturalmente, o meio natural de transporte é o fluvial). Outro dado interessante:  a partir de meados dos século XIX, quando o Marquês de Pombal ordenou que ali, à entrada do Rio Amazonas fosse construída uma fortificação, o Amapá era apenas uma cidade que, somente a partir de 1943, foi transformada em Território. Finalmente em 1988, quando da nova Constituição Brasileira, o Amapá tornou-se um "estado" da Federação. Assim, o Amapá é um jovem estado brasileiro de apenas 25 anos. O total da população do Amapá é de 735.000 hab., dos quais 60% estão na Capital. Só para dados de comparação, minha cidade de Santo André, que pertence à região metropolitana de São Paulo, possui quase a mesma população daquele estado, só que numa extensão territorial totalmente desproporcional, ou seja, o Amapá, com seus 16 municípios, abrange uma área de 142.814 km2 e Santo André, um dos 645 municípios do Estado de São Paulo, tem uma área de apenas 175 km².O jovem estado brasileiro, na realidade, permanece em (quase) tudo, na condição de "território", posto que depende economicamente da União. Tive certeza disso quando, ao chegar, perguntei ao taxista (eles são sempre o grande "estetoscópio" das cidades) o que impulsionava a economia ali e ele secamente respondeu: o "contracheque", ou seja, o salário do maior empregador, o governo federal. A saída possível, seria um grande investimento em turismo que, lamentavelmente, está longe de existir. Atrações e exotismo para oferecer ao visitante é o que não falta.

Este louco Continente chamado Brasil, único, mas tão diverso em sua singularidade, desproporcional e ainda longe de ser igualitário socialmente, está, como se vê, ainda a ser construído. Lentamente se construindo e reinventando e é justamente isso que o  torna fascinante e desafiador. 

Fico por aqui, ainda que haja muitas outras curiosidades e atrações para serem contadas e apontadas, como a maravilhosa Fortaleza de São José







Estas admirável construção, erguida em 1764 


 e em boa medida, com sua edificação original



abrigando dentro de suas fabulosas muralhas, uma verdadeira "cidade"
Muito haveria para dizer do Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável


e seu ambiente "cenográfico" da vida local (indígena, folclórica, urbana...) que interage com a comunidade e chama para "mostrar" suas culturas


o Quilombo de Curiaú, seu balneário e a criação "comunitária" de búfalos


o Porto de Santana e a azáfama de carregamento de mercadorias, como o açaí



o Balneário de Fazendinha (sim, essa "praia" com ondas é mesmo um rio, O grande Amazonas:


nos arredores da cidade, onde chegamos conduzidos por nosso "anjo protetor da floresta urbana macapaense", o primo/amigo Eider 





saboreamos um indescritível  "camarão no bafo"





e... e... mas fico por aqui, esperando ter respondido àqueles que me perguntam: Porque "passear" em Macapá?

8 comentários:

  1. Dalila, obrigada mais uma vez por compartilhar conosco as suas aventuras. Verdadeiro guia de viagem, ou melhor, estimulante de viagens! Você me deixa sempre com vontade de conhecer esses lugares! Um beijo!

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    1. E você sempre me deixa feliz com sua leitura. Abraços e... viajemos, pois.
      dalila

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  2. "Las aguas regulan la vida" y "la vida al ritmo de las aguas" poéticas miradas que nutren mis imágenes... Gracias Margarita ( disculpas si aparezco como anónimo gran contrasentido pero es la única manera en que puedo enviar el comentario)

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    1. Obrigada, Margarita, por suas sempre gentis palavras e leitura generosa. Quanto ao "Anônimo", tente "Nome URL". Neste você digita seu email e nome e clica em "publicar" nada mais. Boa sorte (caso não consiga, fica assim mesmo. Abraço saudoso

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  3. Suas aventuras, como sempre, aguçando este meu apetite insaciável em me perder, mais e mais, nesse tão belo e generoso "Continente"
    Grata por compartilhar esse caminhar

    p.s. espero que este comentário não fuja como o anterior :)

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    1. Sumiu?! Como assim?! Juro que não o vi por aqui! (coisas cibernéticas). De qualquer forma, fico feliz por sua visita e comentários sempre bem vindos. Abraço forte e saudoso

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  4. Saudaçoes Insulares
    Espero que o" time" do hemisferio sul esteja a jogar a 100%
    Por aqui, entre tempestades, vai dand o para conhecer as 11 capitais do arquipelago.
    Tudo de bom, desde a janela de casa ao outro hemisferio.
    Um GRANDE abraço.
    Fabio

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    1. E não é que este comentário havia escapado à escriba? Feliz, muito feliz por sua visita, Fábio. Abraço forte e saudoso a você, à Liliane e ao André Simão.

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