Morreu hoje, aos 82 anos, Ruth Escobar. Atriz, política, feminista e produtora cultural ousada. Uma mulher à frente do seu tempo. Em 1982, acabara de publicar meu primeiro livro e fui convidada a participar do festival "Mulheres nas Artes", produzido por ela, decorrido no Club Homs, na Av. Paulista, em São Paulo. Foi um acontecimento cultural revolucionário que reuniu centenas de mulheres incríveis, daqui e de todos os lugares. Foi ali que vi pela primeira vez Cora Coralina, demoradamente aplaudida por um auditório em estado de encantamento. Dentre muitos outros incríveis momentos, foi também ali, pela ousadia de Ruth Escobar, que ouvi, igualmente em estado encantatório, outra mulher, feminista de sete costados, a italiana Dacia Maraini. Em 2001 assisti ao último espetáculo sob sua produção, "Os Lusíadas", monumental espetáculo encenado no local em que hoje está (em reforma) o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz. Acompanhava com entusiasmo sua carreira fulgurante e polêmica. Uma mulher de fibra que jamais se curvou ao establishment. Se a memória a abandonou na última década, cabe a nós manter a memória de sua arte e atuação cultural.
Ruth Escobar, portuguesa/brasileira, que muito fez
pela cultura de suas duas pátrias, morreu. Ruth Escobar vive!
Dalila, me entristece saber que todo o acervo de Ruth, toda a documentação de tantos anos de trabalho, está se deteriorando. Por motivos de desavenças entre os filhos, a umidade, o mofo e outros agentes põem a perder a memória de Ruth. Assim, como provar que se viveu?
ResponderExcluirO registro históricos oficial se faz, muitas vezes, desse tipo de esquecimento. Ficam para a posteridade banalidades conservadas.
Também participei desse encontro Mulgeres nas artes em 1982_ ela trouxe Natália Correia que causot furor ... sim Ruth Escobar fez bastante
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