Livrinho novo (solidões da memória) recebeu o ponto final,
após dois anos no forno. Agora é publicar ou publicar. Como não escrevo para a
gaveta, publicar é uma maneira de me
"livrar" do livro e iniciar novo projeto literário (já cá tenho um em
início de gestação). Caso contrário, será sempre um livro sem fim, pois cada
vez que volto a um original quase sempre vejo ali uma possibilidade de algum
tipo de intervenção.
Aqui o poema que dá início ao livro e ao "mote"
que o norteia:
rizoma
"vestígios de pegadas nas areias, / restos d´ossos roídos e
d´espinhas"
António Barahona
a infância e a memória
da infância, submersa
na líquida travessia
vez por outra
o atlântico deposita
ossos datados
nas terras do exílio
(a menina antiga
recebe os sinais
códigos esquecidos
legendas para o lembrar
- revivências)
a memória da infância
é a memória possível
(e só à poesia cabe recriar)
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