A Augusto dos Anjos, grande poeta brasileiro (1884-1914), nos seus 130 anos e nos 100 anos de sua morte. Ler AA (que dizia "Não sou um realista; afasto-me do realismo pra atingir a realidade") é sentir uma adaga a rasgar o sentido da própria poesia.
O poeta do hediondo
Sofro aceleradíssimas pancadas...
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!
O poeta do hediondo
Sofro aceleradíssimas pancadas...
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!
Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!
Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...
Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!
Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...
Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!
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