É mesmo de impressionar que em pleno Século XXI homens (e
o que é espantoso, mulheres) ainda exerçam o asqueroso discurso machista,
sexista e misógino, vigente no século XIX.
Assisti, com bastante atraso, ao filme As Sufragistas
(2015, dirigido pela inglesa Saraha Gavron) e não há como não remeter o desprezível
tratamento (doméstico e social) dado às mulheres e às humilhantes condições de
trabalho a que eram submetidas na Inglaterra no ano 1912, ao Brasil de hoje.
Numa cena do filme, uma mulher que vai a uma manifestação
a favor do voto feminino é achincalhada por seus (e suas) colegas de trabalho
(quase escravo, diga-se) e recebe o
tratamento de “vaca” e “vagabunda”. Após mais de um século de intermináveis
lutas para que a mulher seja respeitada e valorizada, com espanto, pesar e
vergonha, vejo/ouço diariamente uma mulher, que ocupa o mais alto posto de uma
nação, ela própria uma legítima representante dessa luta, ser enxovalhada
diariamente com uma fúria que só pode ser atribuída ao simples fato de ser mulher
e, crime dos crimes, não se curvar.
A “guerra” iniciada pelas sufragistas de há 100 anos
ficou incompleta e, em pleno Século XXI, quem diria, a desobediência civil das
sufragistas faz-se, mais do que nunca, necessária. Muitas pedras nas vitrinas,
muitas explosões nas comunicações até que alguma luz se faça, pós-sufrágio.
Esse eterno retorno do mal é o que mais me espanta, Dalila. Como somos ingênuos em acreditar que certos males foram erradicados...
ResponderExcluirTalvez sejamos "ingênios" em acreditar, mas é preciso (ainda e sempre) manter utopias. Para andar, para manter-se humano. Sempre bom contar com sua leitura.
ResponderExcluirTalvez sejamos "ingênios" em acreditar, mas é preciso (ainda e sempre) manter utopias. Para andar, para manter-se humano. Sempre bom contar com sua leitura.
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