sábado, 13 de fevereiro de 2016

Fortalecimento simbólico

Preocupada, após muito refletir sobre a leitura de um recente texto sob o título “A morte do Hyperlink: Consequências”, de Hassein Derakshan, um jornalista iraniano, pioneiro e premiado blogueiro que, após alguns anos de prisão (por suas atividades na Internet), constata os assustadores tentáculos da rede social Facebook (hoje são contabilizados 1.5 bilhões de usuários ativos mensalmente) que “roubam” mais e mais leitores das mídias digitais.  
Desta forma, para muitos, a Internet resume-se ao Facebook (50% dos usuários). Assim, diz ele, “A mídia digital foi forçada a gerar histórias tolas e “virais” para sobreviver, causando um golpe severo no jornalismo sério.”
Pois bem, “tolas” ou não, volto às minhas postagens no FB, fortalecendo, ainda que simbolicamente, esta indispensável mídia, seguindo o raciocínio daquele jornalista: “como resultado dessa competição de popularidade, visões minoritárias cada vez engajam menos pessoas. Isso é particularmente alarmante em um mundo enfrentando a séria ameaça de grupos religiosos e nacionalistas radicais. O algoritmo secreto do Facebook tende a nos abastecer com mais do que já gostamos, reforçando nossos pontos de vista enquanto reduz nossa exposição a ideias desafiadoras e divergentes.”
Só não sei se retomarei o pique dos primeiros anos de blogueira (desde janeiro de 2009) quando postava diariamente. Tentemos, pois. (dtv)


3 comentários:

  1. Boa iniciativa, Dalila. Farei o mesmo, privilegiando a literatura nos meus comentários. "Menos Face, mais Book!"

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  2. Dalila, parabéns, E seguirei: menos Facebook, mais face a face e mais leituras com qualidade, incluindo livros

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  3. O cenário é ruim, especialmente para os mais jovens, mas sempre haverá resistência. Eu faço de um perfil de público com mais de 35 anos, seleciono quem sigo e acompanho mais pensamentos e discussões acadêmicas ou políticas do que meras replicações dos chamados "memes". Ainda assim, com esse grande volume de inutilidades, consigo ter acesso a artigos publicados em blogs e imprensa alternativa por meio do Facebook, não do chamado mainstream (TVs, jornais, rádios e revistas que adotam o discurso único). E não é apenas o Facebook, o Google e a Microsoft também adotam essa prática de dominação, pois perceberam que o público migrou definitivamente para o digital.

    Lembro da época em que os web-logs, logo chamados de blogs, eram um fenômeno digital. Depois vieram os video-logs (vlogs) e depois as redes sociais. Os blogs perderam agilidade, ficaram estáticos e demoraram para acompanhar a internet, que se tornou móvel. A constante reinvenção da internet e a remodelação das formas de comunicação é um processo típico da necessidade de modernização forçada pelo capitalismo. A resistência (todas as gerações) precisam também encontrar novas formas de enfrentar esse problema.

    Mas já passamos por massificações piores e vamos sobreviver. Nos anos 80, havia o império ideológico da televisão e do pensamento midiático e corporativo único. Hoje a internet, mesmo reconfigurada, ainda oferece uma grande diversidade de conteúdo que os meios tradicionais não conseguem. Talvez a resistência esteja na busca por conteúdos diversos dentro da internet.

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