quinta-feira, 13 de março de 2025

Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem 11– Vera Lúcia de Oliveira

 



Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem

 

11 – Vera Lúcia de Oliveira

 

Vera Lúcia de Oliveira é Professora na Universidade de Perugia, Itália, onde reside há muitos anos. A distância, neste caso, muito mais do que afastar, serviu para construir pontes por onde trafega a poesia de lá pra cá, de cá pra lá, fortalecendo laços, trocando projetos.

Acompanho a poesia de Vera Lúcia desde os anos 90 do Século passado e encontramo-nos presencialmente algumas vezes, sempre em lançamentos de livros ou leituras de poesia que ela, periodicamente organiza e para as quais honrosamente sou convidada.

Revisito sua obra, leio as dedicatórias e percebo o quanto a literatura também se faz disso, de leitura uma da outra, um do outro, da camaradagem estabelecida, neste caso, calçada pela poesia.

Nas prateleiras de literatura de autoria de mulheres da minha bibliocasa, guardo um lugar especial para estas obras que contam histórias em suas páginas, algumas já amarelecidas pelo tempo,  

 

- Geografie D´Ombra – Preazione di Luciana Stegagno Picchio, edição bilingue, Fonèma edizioni, 1989, Itália

- Pedaços / Pezzi – edição bilingue, Editrice Grafica L´Etruria, 1992, Itália

- Tempo de Doer / Tempo di soffrire, Antonio Pillicani Editore, 1998, Itália

- Entre as junturas dos ossos – Ministério da Educação, Brasília, I Concurso Literatura para todos, 2006

- No Coração da Boca, Editora Escrituras, SP, 2006

- A Poesia é um estado de transe, Portal Literatura, SP, 2010

- O Músculo amargo do mundo, Editora Escrituras, SP, 2014

- Minha língua roça o mundo, Ed. Patuá, SP, 2018

- Esses dias partidos – Antologia poética 2004-2016 e O tempo denso, inédito, 2021, Editora Patuá, 2022

 

Leia Vera Lúcia de Oliveira. Leiam literatura de autoria de mulheres, daqui e d´além. O leque de opções e diversidade é enorme.


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem 10 – Adélia Prado

 


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem

10 – Adélia Prado
Desde o início desta série, Adélia Prado não me saía da cabeça. Incluo ou não incluo?
Os critérios (muito pessoais, como já disse) de leitora, sabe-se, quando se trata de listas, são escolhas subjetivas. A dúvida nasceu de uma certa mágoa minha em relação à Adélia como ser político que se posiciona, um verdadeiro desastre quando, inclusive, fala do papel da mulher na sociedade.
Quero dizer que sou leitora de Adélia desde o primeiro momento, ou seja, desde toda aquela agitação na Repúblicas das Letras com que seu livro “Bagagem” foi lançado pela Editora Imago, no já distante ano de 1976. Todo a intelectualidade do Rio de Janeiro estava presente, como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Affonso Romano de Sant´Anna (que intermediou contato com Drummond e desencadeou todo o burburinho). Sim, Adélia, aos 40 anos, com cinco filhos, nasceu “oficial” na literatura e, diga-se, com todo merecimento
Como não sentir arrepios diante dessa senhora, dona doida, que mistura Deus e o sagrado com quase tudo de maneira única e desconcertante? Mesmo empapada de Carlos Drummond de Andrade (é inúmero o referencial nesse livro), consegue emprestar à sua poesia, um frescor único, intransferível.
A forma como aborda o cotidiano faz com que o mais banal acontecimento seja revestido da pompa e circunstância, por vezes, verdadeira epifania.
Não foi a poesia nem a prosa que me afastou de Adélia, mas a postura diante do mundo sociopolítico e cultural expressa quase sempre em suas entrevistas. Este é um velho dilema que me aconteceu diante de Ferreira Gullar e outros não tão explícitos quanto ele e Adélia, ambos poetas imensos.
Foi pensando nisso que voltei à sua poesia e, mais uma vez, vejo que preciso separar as coisas, a mulher, a pensadora equivocada e sua magnífica poesia.
Como ficar indiferente a esta auto-apresentação?
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
(dor não é amargura).
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
E como aceitar afirmações como estas: “Eu acho que a essência da feminilidade é o que eu chamo de serviço, de segundo lugar. (...) Eu tenho uma crença profunda de que há um papel masculino e um papel feminino, mas papel mesmo, papel social e uma expressão, A expressão da minha vida tem que ser feminina (...) Ser mulher para mim é o papel do serviço, aquela que se afasta para que o homem aconteça. (...) Quem dirige, quem comanda e o homem. Criar é uma coisa masculina. Escrever é masculino. Meu lado masculino é escrever.” Entrevista ao pesquisador Antonio Herculano Lopes, em 3.2.1995. Transcrita para uma plaquete, foi publicada nesse mesmo ano pela Fundação Casa de Rui Barbosa.
Leiam a poesia de Adélia Prado, galardoada com o Prêmio Camões no ano passado, considerada a maior poeta brasileira viva (goste-se dela ou não).
Leiam a literatura das escritoras contemporâneas brasileiras, comentem, divulguem, pois de há muito, ainda que Adélia não reconheça, a criação deixou de ser atributo masculino.
dtv

quarta-feira, 12 de março de 2025

Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem 8 – Rosana Piccolo


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem

8 – Rosana Piccolo




Em maio de 2000, na coluna “Livros Fora da Estante – dicas de leitura”, que assinei durante um bom tempo no Jornal Tribuna Popular, de Santo André, escrevia eu:

“Ruelas Profanas” é um delicioso livro de poesia de Rosana Piccolo, mais um talento das letras brasileiras revelado pela Editora Nankin, que, entre outros bons poetas, tem publicado a nossa poeta maior, Hilda Hilst.

Nosso propósito aqui tem sido apontar, o que está “fora da estante” ou seja, fora dos cadernos literários e fora do circuito oficial e medalhístico, mas que nos parece importante como componente do universo literário brasileiro.

Pois bem, voltando a Rosana, este não é um livro de iniciante típico, repleto apenas de boas intenções de quem se lança ao ofício. Trata-se de um livro de poemas em prosa, cuja linguagem revitaliza o gênero para o qual certa crítica tanto torce o nariz. (..). Não há nenhum excesso, a não ser de poesia. Experimente.”

 Durante os 25 anos seguintes, tenho acompanhado, dentro do possível, a trajetória literária de Rosana, sendo que as cartas em papel já não se cruzam pelos Correios, mas as redes virtuais permitem que a conexão não seja interrompida. Vez ou outra, um encontro presencial, um livro físico, um abraço e a reafirmação de trocas.

Para esta série em que homenageio as mulheres escritoras da minha bibliocasa, retiro da minha estante de literatura de mulheres brasileiras, os volumes que possuo dessa escritora paulista, hoje residente em Curitiba.

 - Ruelas Profanas, Nankin, 1999

- Meio-fio (Iluminuras, 2003

- Sopro de vitrines, Alameda, 2010

- O Pão, plaquete, Ed. Lumme, 2017

- Alla Prima, Patuá, 2019

- quando chegam os tártaros?, Ofícios Terrestres, 2023

Não são todos os que publicou, mas o suficiente para perceber que se trata de uma escritora que persegue o rigor do ofício, nessa nossa língua da poesia, sempre experimentando, quer seja no poema em prosa, quer no verso comedido, domando a linguagem e deixando no leitor o amargo e bom travo da estranheza.

 Deixo aqui, um poema do livro “quando chegam os tártaros?”

ponteiros

luzes

lagoa

de olhos

arregalados

 

a noite

é um livro de ponto

 

relojoarias

afiam guilhotinas

um só corte

 

o que surge

não sei se ruas

ou fitas embaraçadas

 

Leiam Rosana Piccolo , leiam a boa literatura brasileira escrita por mulheres.  Dtv


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem 9 – Cida Pedrosa


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem

9 – Cida Pedrosa

Nesta nona postagem em homenagem às escritoras brasileiras, destaco Cida Pedrosa, poeta pernambucana, largamente conhecida pelos prêmios que recebeu, mas também por sua atuação política e militante de esquerda.

Conheci a poesia de Cida Pedrosa em “Solo para Vialejo”, (CEPE, 2019). O livro havia ganho o maior prêmio de literatura brasileira, O Jabuti, em duas categorias, como “melhor livro de poesia” e “Livro do Ano”! Ora, pensei, isso não é pouco!

Lá fui eu adquirir o livro e foi o suficiente para que ficasse cativa da poesia de Cida. Uma voz singular, mergulhada em memórias e gentes de Bodocó, sertão do Araripe pernambucano, seu lugar de nascimento. Foi ao som de banjo e clarinete entoando Blues, a Jazz Band de Bodocó vai dando ritmo, muito ritmo a todo livro, na verdade, um longo poema lírico-musical!

 Ler o poema em voz (como eu gostaria de ouvi-lo pela voz da própria poeta) é ver e ouvir um coro polifônico que a poeta vai, maestra que é da língua da poesia, comandando, circulando entre as ancestralidades e seu saber erudito, saber que muito ouve e propala. Logo a seguir, Li “Araras Vermelhas” (Cia das Letras, 2022), outro longo poema, a poeta, munida de sua formação em Ciências Políticas (tem formação em Direito e Ciências Sociais) vai ainda mais fundo na crítica à sociedade desigual. Novamente aqui, a música atravessa os versos que, muitas vezes são repetidos, repetidos, como um diapasão.

Antes, a poeta publicara “As Filhas de Lilith”, Edições Claranan. Possuo a 2ª. edição, capa dura, acompanhado de um CD que integra o projeto “Olhares de Lilith”, com vídeos, 26 personagens femininas e 25 diretoras. Li este belo livro, logo após os dois títulos já citados, e foi outro espanto estético. Um erotismo que também é grito de guerra pelo preconceito. Um manifesto feminista e libertário.

Como se vê, li a poeta Cida Pedrosa da frente pra trás, ou seja, dos livros mais recentes que lhe renderam prêmios e reconhecimento até os menos conhecidos, como Claranã, Confraria do Vendo, 2015, RJ que também retrato o universo popular, através do cordel e outras técnicas.  

 Diferentemente das 8 poetas que foram homenageadas aqui, lidas há muito tempo e que já abracei pessoalmente, nada sabia de Cida Pedrosa nem da sua poesia. O espaço virtual muito contribui para as aproximações. Espero que ela goste.

 Leiam Cida Pedrosa, leiam mulheres escritoras brasileiras e ouçam com ouvidos atentos e desarmados essas vozes contemporâneas do Século XXI, momento histórico em que, sem freios, cantam a sim mesmas e ao seu lugar.

dtv.


domingo, 9 de março de 2025

 



Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem

 

7  - Prisca Agustoni

 

Após seis postagens da série “Mulheres Escritoras Brasileiras” singelas homenagens que faço a meus pares neste mês de março, descansei ao sétimo dia, ou seja, exatamente no dia dedicado às lutas das mulheres, dia 8 de março. Foi dia de festa na Alpharrabio Livraria, editora e centro cultural, fundada há 33 anos e a celebração se fez urgente.

 

Ainda de ressaca afetiva, retorno às mulheres, nesta 7ª. postagem e trago a vocês a potente voz de Prisca Agustoni, uma poeta brasileira que nasceu na Suíça (sim, as cores e o ritmo de sua poética é totalmente brasileira), de quem sou leitora há 24 anos. Professora e pesquisadora acadêmica na UFJF, MG, escreve e se autotraduz em italiano, francês e português e “faz desse lugar entre línguas seu motor de criação e de pesquisa acadêmica”.

 

A natureza tropical escreve sua história com verbos e

adjetivos excessivos, assim como os frutos dobram os

galhos carregados ¬ e já implodem invisíveis por dentro

 

quero aliviar sua narrativa, subtrair peso e cor à exuberân-

cia do destino ¬ essa missiva sem destinatário certo

             mas minhas palavras são como mangas que caem

da árvore, e ouço o estrondo surdo do fruto no chão – eu

as vejo ali, abertas, manchando a grama, a linguagem, o

pensamento

                              palavras-manga

 

elas sabem a verão, a calor, a chuva, a sol total que

explode na boa

                               a putrefação.

 

Meu texto nasce quente e maduro e escancara sua

vontade de domínio sobre a vegetação.

 

Este poema, sem título, integra seu mais recente livro “Quimera”, Círculo de Poemas, 2025 e eu arriscaria dizer que se trata de um poema de cores e sabores “tropicais” que só poderia ter sido escrito por um olhar estrangeiro/nativo, um poema que “sabe a verão” e tem cheiro de fruta. Só alguém que viu de longe e provou de perto pode se expressar dessa forma “tropicalista” de sentir.

 

Inventario os volumes de poesia de Prisca no meu acervo, por ordem cronológica:

 

- Inventario di você – edição bilíngue italiano/português – Mazza Edições, 2001, SP

- Sorelle di fieno – edição italiano/português, Mazza edições, 2002, SP

- diás y otros poemas emigrantes, edição em espanhol, Mazza edições, BH, MG, 2004

- Casa dos Ossos – Edições Macondo, JF, MG, 2017

- Animal extremo, Patuá, SP, 2017

- O mundo mutilado, Editora Quelônio, SP, 2020

- Rastros, Círculo de Poemas, 2022

- Quimera, Círculo de Poemas, 2025

 

E mais não digo a não ser que, leiam Prisca Agustoni e sintam sua voz poliglota no mais legítimo português. Procurem ler literatura feita por mulheres e experimentem a capacidade do maravilhamento, susto e do fato estético surpreendente desse bonito coral polifônico! dtv


sexta-feira, 7 de março de 2025

Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem - 6. Marília Garcia

 


Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem - 6. Marília Garcia

 

A primeira vez que li a poesia de Marília Garcia estava este século em início. A “Coleção Ás de Colete”, publicada pela CosacNaify / 7Letras, era a grande novidade na poesia de jovens poetas brasileiros. Acompanhei com grande interesse todos os volumes (alguns deles de poetas nascentes do ABC paulista, lançados antes pela Alpharrabio Edições). “10 poemas para o seu walkman”, naquele adorável formato de bolso, vinha assinado por uma menina da mesma idade que a minha filha caçula que, diga-se, não se dedica a escrever poesia, mas ficou aí estabelecido o marco geracional. O título provocativo continuou a instigar a curiosidade e a leitura. Não foi difícil perceber que ali havia uma voz singular que falava do que via, lia, vivia, num ritmo singular, conteúdo e forma a marcar posição de quem vinha para ficar. Ficou e continuou a publicar.

10 anos depois, em 2017, não fiquei nada surpresa com o Prêmio Oceanos ser concedido ao seu “Câmera lenta” (Companhia das Letras”). Antes disso, eu já havia percorrido as livrarias de minha cidade à procura de exemplares desse precioso volume para presentear amigos. Àquela altura sua poética já era perfeitamente identificável pela elegância, sofisticação e modo de dizer.

Quase duas décadas depois e muitos outros volumes lidos (“Paris não tem centro” - escrito in loco, 7Letras; “um teste de resistores”, 7Letras, até o mais recente “Expedição: nebulosa”, Cia. das Letras, a poesia de Marília galgou o espaço mais nobre das estantes de poesia da minha bibliocasa.

Considero a tarefa de traduzir também uma forma de criar, tornou-se impossível não notar o rigoroso trabalho de Marília em verter escritores estrangeiros para a nossa língua. A destacar, a tradução de quase todos os títulos da Prêmio Nobel Annie Ernaux publicados no Brasil pela Editora Fósforo (dos 8 volumes que li, apenas um deles não é traduzido por Marília). Posso dizer que li Annie e amei Annie, conduzida de forma segura pela letra de Marília.

Leiam Marília Garcia, leiam a literatura de autoria de mulheres, não apenas pelo fato de serem mulheres, mas pelo leque diverso e de qualidade que essa literatura vem nos oferecendo.  

 dtv


quinta-feira, 6 de março de 2025

Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem - 5. Rosângela Vieira Rocha

 






Março - Mulheres escritoras brasileiras – homenagem - 5. Rosângela Vieira Rocha
Dando sequência às minhas postagens da série Mulheres Escritoras Brasileiras, homenagem que faço às escritoras brasileiras minhas contemporâneas, independentemente de sua idade cronológica, ou seja, tenham elas 30 ou 80 anos, o fato de escrevermos num mesmo tempo, faz com que sejamos contemporâneas umas das outras. São comentários de leitora atenta à explosão da literatura feita por mulheres neste nosso Século XXI.
Portanto, não queiram os que eventualmente lerem estes meus textos, neles encontrar qualquer estudo literário, até porque não seria capaz disso e não é esse o propósito. Trata-se de destacar livros das prateleiras exclusivas de autoras mulheres brasileiras no acervo da minha bibliocasa. Singela homenagem entre pares, escritora-leitora.
Hoje destaco a obra da ficcionista Rosângela Vieira Rocha, mineira de Inhapim, há muito residente em Brasília, onde exerceu a docência na UnB, até a aposentadora. Com formação em Direito e Jornalismo é um nome presente e atuante no cenário literário nas últimas 3 décadas.
Sou leitora de Rosângela desde os primeiros livros, publicados no início deste século, quando os Correios ainda eram os principais responsáveis pela aproximação entre escritores e leitores. Antes, ela já havia publicado, em 1990, Véspera de Luz, extraordinário romance vencedor do Prêmio Nacional de Literatura Editora UFMG, 1988. Para alegria de seus leitores, o romance teve sua 2ª. edição publicada pela Ed. Penalux, SP, em 2015, a que está no meu acervo.
O primeiro volume que me chegou foi “Rio das Pedras”, novela, Bolsa Brasília de Produção Literária, 2001. A seguir, o carteiro deixou em meu endereço postal “pupilas ovais”, seu primeiro livro de contos, L.G.E. Editora, 2005. Nosso primeiro contato pessoal só se deu no ano de 2018, durante o II Encontro Nacional do Mulherio das Letras realizado no Guarujá, SP, Movimento ao qual nos filiamos desde sua fundação, em 2017. A partir daí, ao menos uma vez por ano, temos renovado “os votos” de leitora uma da outra, a romancista que lê a poeta e da poeta que lê a romancista.
Ao longo de todos estes anos testemunhei com alegria o sempre renovado frescor criativo de Rosângela, a cada nova obra. Cada romance seu é um microcosmo único e diverso. Presente, sempre, sua maneira singular de levar o leitor até a última página, ansiando por mais, como tem sido o meu caso.
Além dos livros citados, li, anotei e, alguns deles, comentei no espaço virtual, os romances “O indizível sentido do amor”, Ed. Patuá, SP, 2017; “Nenhum Espelho reflete seu rosto”, Ed. Arribaçã, Cajazeiras, PB, 2019; “O coração pensa constantemente”, Ed. Arribaçã, Cajazeiras, PB, 2020; Invisíveis Olhos Violeta”, Ventania Editorial, RJ, 2022.
Leiam Rosângela Vieira Rocha , leiam a literatura de autoria de mulheres desta terra. Precisamos reforçar e garantir o lugar dessas mulheres na centralidade da literatura brasileira, até muito pouco tempo ocupado apenas por homens. dtv