segunda-feira, 31 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 31, domingo (Páscoa)

Pessach
Passagem
Daqui para além
Impossível saber
Passar... apenas
(plantando...)



 

Diário (quase íntimo) 2013


março30, sexta (Aleluia)

Tantos judas
     a malhar
(melhor ficar
apenas na vontade)


sábado, 29 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2014

março 29, sexta

Homens descontrolados
diante da vida
sem aptidão
      para vivê-la

Homens em perigo
     a por em perigo

as vidas ao seu redor


sexta-feira, 28 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 28, quinta

O profano
toma acento no
        sagrado

o excesso no
     que era
           jejum


quinta-feira, 27 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 27, quarta

Agenda repleta
horas poucas
dias encurtados
Escolhas...
       escolho uma
     (a vida...
          encurtando...)



 

Diário (quase íntimo) 2013


março 26, terça

Hoje ouvi
    O bordar das palavras
    ponto a ponto
    fio a fio
          memórias
          alinhavadas



 

 

terça-feira, 25 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 25, segunda


Há trinta e sete anos
   - perto dos trinta
pari Carolina
(parir foi a forma
      que encontrei
para continuar-me
  - eu mesma nas crias
        elas, já outras)



 

Diário (quase íntimo) 2013


março 24, domingo

Entre tantos
sou poucos
sou pouca
          pouca...


domingo, 23 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 23, sábado

3 octogenários
outros tantos a caminho
alguns jovens curiosos
:
os diários de escritor
               na pauta
a chama e o compromisso
como motor e registro



sábado, 22 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 22, sexta

Tantas e tontas
               horas
desperdiçadas
       na velocidade

Estabelecer o tempo
respeitar o tempo
aprender a contemplar
      estabelecer
              harmonia




 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 21, quinta

A medicina
não pode e não deve
separar-se da humanidade
mas há médicos
que ignoram o fato
(hoje me deparei com um deles)



 

quinta-feira, 20 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 20, quarta

 Súbito,
      um verso
(candidato
        a poema)

quarta-feira, 19 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 19, terça

Turva a visão
(letrinhas - estrelinhas)
aviso sutil
o  corpo pede
         repouso


Diário (quase íntimo) 2013


março 18, segunda
 
Sob o peso
(literal)
dos livros
    o corpo enverga
(a dor resultante do prazer
             - pior seria
      o inverso)

 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013


março 17, domingo

  chuvas
pontuais
  março no calendário
lama e destruição
          asfalto
       vergado em
                 culpas

Diário (quase íntimo) 2013


março 16, sábado

 
Hoje, coloquei em xeque
as teorias de Bobbio
sobre os intelectuais e o Poder
(a inteligência criadora
em contraponto ao Poder
constituído
e a uma sociedade em vias de autodestruição)
Subscrevi manifesto, fui pra rua,
dei a cara a bater e
             continuo na dúvida
 
 

sábado, 15 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 15, sexta

Um nó!
Em algum momento
da vida, dá-se um nó!
E a vida trava
            congelada
E o sujeito dessa vida
não se dá conta
que permanece na
          estação
à espera, à espera
de uma composição
que está em outros

             trilhos


Diário (quase íntimo) 2013

março 14, quinta

Um brasileiro
apaixona-se por uma portuguesa
o amor e o exílio
duram 25 anos

Agora o retorno
e a dupla identidade

Um brasileiro que escreve
Um português que fala
um exilado que retorna a Ítaca

só e (talvez) mais estrangeiro?


quinta-feira, 13 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 13, quarta

O mundo virtual
rouba-me horas
aos livros
à vida cá fora
à vida cá dentro
(real)
O mundo virtual
simula, mas não
         revela




quarta-feira, 12 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 12, terça

A poeta sem escola
é chamada pela
Universidade para
compor um Comitê
de Extensão Universitária
céu dentro do CEU
      Honraria


terça-feira, 11 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 11, segunda

Vozes dissonantes,
       muitas
(um coro?)
Difícil não é ouvi-las,
mas entender o jogo
que está por trás
de algumas delas




Diário (quase íntimo) 2013

março 10, domingo


Paisagem vista da cama
(a 2a. morada

cada vez menos morada)




domingo, 9 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 09, sábado

Poesia pela manhã 2:

Os poetas do Alpha
vieram (quase) todos
Abraços, trocas, livros
Relembraram trajetórias
Falaram entre si e de si
mas de há muito falam

pro mundo.


sábado, 8 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 08, sexta

Poesia pela manhã:
Murilo, você vai "papar" tudo na sua escola?
- Murilo gosta do papá da casa da vovó!

Poesia à noite:
Pessoa no Alpha

Fernando e suas pessoas


Diário (quase íntimo) 2013

março 07, quinta

Filipe, em vésperas dos 5 anos
vindo da escola:
-  "Meu dia foi perfeito
  aprendi muitas coisas
  que ainda não sabia...
Já sei escrever a palavra não!
É assim: ene, a com til e o."
(e eu levei tantos anos para
aprender a dizê-la sem
temor!..)


quinta-feira, 6 de março de 2014

Diário (quase íntimo) 2013

março 06, quarta

contas a pagar
valores a transferir
(intervalo para mergulhar
em papéis que
contam uma história - pequena
fábrica de ideias)

Papéis que falam


quarta-feira, 5 de março de 2014

Carnaval - viagem a São Paulo (diário de bordo) II

Deixar o QG no espigão e, ladeiras abaixo, ir em busca da cidade antiga à época conhecida como "centro novo", ruas por onde andou, estudou e trabalhou a menina antiga. A cartografia agora é a da memória que, ao longo de meio século só fez aumentar a relação amorosa com a cidade. As marcas que aqui vejo, desconfio, não ficaram intactas na memória por aqueles anos, mas foram se tornando familiares, descobertas e (re)significadas, justamente porque revisitadas e, a cada uma das visitas, ampliadas pelo conhecimento histórico.
Agora, motivada por uma matéria recente publicada num suplemento/guia de um grande jornal da Capital que mapeava as "galerias" do centro velho (nada menos do que 15! compreendidas entre a Praça Dom José Gaspar e a av. São João), que, algumas delas verdadeiras "artérias" (ou "falsas artérias) que, mesmo sendo propriedades particulares, além de servirem de vitrinas para serviços e comércio e, a partir do primeiro andar, residências e escritórios, também possuem uma função, talvez não prevista no seu projeto original, que é de encurtar caminhos, além de proteger seus passantes de eventuais intempéries. São primas-irmãs das famosas "passagens" de Paris, da quais tanto se ocupou W. Benjamin e que ainda não tiveram por aqui um trabalho literário à altura de sua história.




O Edifício Copan foi o ponto de partida, ainda que os estabelecimentos localizados em seus corredores curvilíneos, feche aos domingos e feriados (era segunda-feira, mas era Carnaval), valeu pelo Café Floresta, firme em seu passado glorioso, segue sem aceitar cartão nem cheque, nem oferecer bancos ou mesas. Ali, o abastecimento matinal, traduzido num aromático, quente e encorpado "tipo Santos", bom auspício para a expedição.


Av. Ipiranga com Av. São Luís - 10h

Se, por um lado, a cidade vazia propicia a possibilidade de um olhar sobre detalhes (piso, portas, janelas, arquitetura, traçado) que em meio à multidão costumeira são difíceis de visualizar, por outro, falta ali a "vida" que é justamente dada por essa multidão. Mas o objetivo hoje é outro e, assim, vamos em frente. Primeira parada (esta, com dicas preciosas adquiridas numa crônica do Prof. José de Souza Martins publicada no Estadão, em 2011.

Segunda parada, Galeria Califórnia, no número 255 da Barão de Itapetininga




edifício projetado por Niemeyer e Carlos Lemos, desafiadora ousadia contrastante e afrontosa à sizudez europeia dos prédios do entorno, saídos das pranchetas de Ramos de Azevedo, na virada do século XIX/XX) e que (ainda com o Prof. Martins) não passavam de tentativa de "reproduzir aqui a Paris que não éramos..".




Coerente com a proposta de Brasília, o edifício tem a marca inconfundível de seu criador, inclusive, dos artistas convidados por ele para decorá-lo. Portinari assina um painel de pastilhas no saguão e (esta foi a grande dica do prof. Martins) um insuspeito, improvável e quase secreto jardim (no primeiro andar) projetado por Di Cavalcanti.  Não fosse a gentileza do Sr. Antonio, o zelador que ali trabalha há 42 anos e que, entre outras coisas, se orgulha de ter plantado algumas das palmeiras, jamais teríamos acesso a essa curiosidade.



No piso, o desenho do pássaro, em branco e vermelho,  começa a se apagar e requer restauro urgente, mas as citações na imprensa despertaram a consciência dos proprietários que, ao que parece, começaram a se orgulhar da história do local.



O prédio tem entrada pela Barão e interliga com a Dom José de Barros. Na fachada da Dom José, é possível perceber o impressionante contraste entre os estilos arquitetônicas e o mal estar que o modernista causou em 1955.



Dali, ainda na Barão, passamos pela Guatapará que, segundo consta, é a mais antiga do centro (no tempo da menina, ainda havia algumas livrarias e cafés por lá, mas hoje vende inúteis quinquilharias chinesas). Interliga com a 24 de Maio. 




A tentativa de visitar a  Galeria Itá, uma das mais antigas (1949), interligada à Galeria R. Monteiro (projetada pelos arquitetos Rino Levi Roberto de Cerqueira César e Luiz Roberto Carvalho Franco (1963), com azulejos de Burle Marx, mas que, para minha decepção encontravam-se fechadas ao público, assim como a 7 de Abril, especializada em produtos fotográficos e consertos de câmeras e a Galeria Metrópole (em obras) gloriosa nos meus tempos, com seus bares voltados para a praça Dom José Gaspar (o Pari Bar ainda resiste) e gente descolada circulando. Pena.




Ainda que a quase totalidade de seus estabelecimentos também estivesse fechada, a conhecida rua Nova Barão (que vai da Barão de Itapetininga à Sete de Abril), na verdade é uma pseudo rua. 



Condomínio particular que seguiu o padrão arquitetônico de sua época (foi inaugurada em 1962) com dois andares de lojas e apartamentos residenciais nos demais, foi considerado o primeiro Shopping a céu aberto de São Paulo. 



Por lá circulei em seu início, no intervalo do almoço e na saída do meu primeiro emprego, e me achava a rainha da cocada chique, a pessoa mais "moderna" do planeta. Apesar da drástica mudança em seu comércio (inúmeros lojas de discos usados instalaram-se no segundo andar, ao lado de salões de cabeleireiro e outros serviços)




permanece bonita e bem conservada, com seu piso de pedras portuguesas e um nostálgico chafariz.


Um belo ângulo do início da Barão de Itapetininga visto do 2o. andar da Nova Barão, com o Teatro Municipal à esquerda

Encerrou o passeio exploratório pelas nossas "passagens", a visita às Grandes Galerias ou Galeria do Rock, como é conhecida, na 24 de Maio com saída para Av. São João. projetada no início dos anos 60 por Alfredo Mathias que, dizem se inspirou na escola nascente de Niemeyer, como de fato suas curvas o denunciam



Diferentemente das demais galerias, todas as 450 lojas distribuídas pelos 4 andares estavam abertas e muita gente circulava por seus corredores com jeito de Shopping Center. 



Pudera, diz a Wikipedia que circulam por ali 5.000 pessoas por dia e não apenas fãs de rock and roll, mas uma infinidade de tribos urbanas que vão à busca de produtos e serviços para gostos outros e visuais alternativos, como salões de beleza especializados em tratamento e penteados afro, estúdios de tattoo, lojas especializadas em discos antigos de ritmos que vão muito além do rock, como hip hop, rap, funk, blues e, dizem, até MPB, jazz e sei lá mais o quê. Não por ocaso já foi cenário de novelas, roqueiros famosos andaram/andam por lá e shows históricos foram ali realizados. Uma verdadeira festa de cores e diversidade que não visitei por completo respeitando a velha carcaça que, após quatro horas em pé, pedia trégua e alimentação.


Assim, lá fomos nós, como não podia deixar de ser, almoçar num restaurante que pudesse contribuir com o clima vintage. O escolhido foi o Churrasqueto, na 24 de Maio, para lembrar os meus tempos de militância na UBE (início dos anos 80) cuja sede ficava em frente. Comida boa (mas exageradamente farta para a capacidade de meu estômogo), preços honestos, além do clima anos 70 que lhe confere a mesmíssima decoração e os garçons que lá trabalham desde então. (dtv)

terça-feira, 4 de março de 2014

Carnaval - viagem a São Paulo (diário de bordo)




Na Paulista, o quartel general, esboçar os planos para orientar a topografia da folia de quatro dias roubados à rotina. Primeiro, flanar. (A)notar o que ninguém percebeu (ou fingiu que não). Depois, tentar apreender-lhe o sentido. A propósito, leio, no jornal ao primeiro dia, entrevista de Rodrigo Naves, a propósito do lançamento de seu novo livro A Calma dos Dias, algo que só  reforça meus propósitos: " quem não tem certo interesse pelo mundo, pela realidade, não encontra uma forma permeável aos toques, às pessoas, às coisas, e tem uma relação mais empobrecida com o mundo". Nos intervalos, a diversão, enriquecer minha relação com este mundo.

Noto e anoto:

A artéria dos $$$, apagou as luzes de seus compartimento burocráticos para o Carnaval (afinal, ninguém é de ferro). Apenas as escadas permanecem iluminadas, sabe-se lá as razões.


Nesta esquina (Paulista com Augusta), de há muito substituta da outrora emblemática Ipiranga com São João, cruza-se, hoje, o universo em festa e todas as tribos da espécie humana. Carnaval? (nem parecia...)





Aqui (ao menos durante estes quatro dias) em afronta aos tais $$$, instalou-se uma família inteira, sem nenhum $. Na morada consta um número cuidadosamente desenhado a giz, flores no telhado 




Um varal, com um aviãozinho, pacientemente moldado pelo pai ao cair da tarde




aponta para uma infância a pedir para ser e uma realidade que nega essa condição. Talvez não tenha sido por acaso que, tão logo o avião ali foi posto, uma banda de rock (surpreendentemente boa - juntou de imediato uma significativa platéia) fez do quintal da casa o seu palco e, excluídos todos (família e músicos) embalaram de beleza a noite sem sopa nem colchão da família no monturo



Ao lado, um rapaz, visivelmente embriagado, se debruça com tamanha ternura sobre uma jovem em prantos, sentada no chão, também visivelmente embriagada que me faz crer que estas são as pietás da exclusão, as pietás da margem de um século em labaredas.
 Um pouco mais adiante, à entrada do Conjunto Nacional, um flautista embala os passantes fugitivos da folia momesca entoando "carinhoso",  a lembrar que a noite também pode ser feita por delicadezas.



Bem, domingo é dia de fazer escolhas. Os principais jornais desta Capital em descanso estampam em suas primeiras páginas Escolas de Samba e seus cadernos falam quase que exclusivamente de Carnaval, bailes e desfiles. Ao que parece estamos em cidades diferentes, afinal dentre mais de onze milhões de almas, há de haver gente pra tudo.




Vamos lá, fugir dos filmes do Oscar e dos resultados previsíveis  (tá bem, deram uma estatueta de Melhor filme estrangeiro para A Grande Beleza e Viva, aplausos pela justeza do prêmio para este encantador italiano). Gaiola Dourada, do jovem cineasta Ruben Alves, filho de portugueses que, a exemplo dos personagens, também imigraram para a França e ali, síndica de prédio a mãe e pedreiro o pai, viveram e criaram filhos.





O filme, que vem de um enorme e surpreendente sucesso de bilheteria na Europa, também premiadíssimo por lá, nos é "vendido" como uma comédia, quando na verdade nos mostra uma contundente realidade, a  de todo aquele que passa a viver noutro país e após fincar raízes ali pelos descendentes, vive o eterno dilema da dualidade, a dificuldade de escolha entre a pátria de nascimento e a pátria de escolha (ou não, também por circunstâncias alheias). Ser eternamente bipartido, estrangeiro em ambas. Mas não só, ali há também, para além da comovente homenagem que o realizador presta aos pais, é mostrada (ainda que lhes possam apontar clichês, é verdade, num enredo de certa forma fantasioso) a alma portuguesa, que só poderia ser mostrada por quem, mesmo estrangeiro, a traga atávica.


E já que estávamos no clima lusitano, olha só quem encontrei numa prateleira, perdido entre "cantores estrangeiros" e convidei para um café:





Agora só me faltam 2, para a discografia completa desta voz única, descoberta recente e sedução imediata, que ando a ouvir, a ouvir...

Mas a coisa não ficou só por aí. Após revirar a prateleira de poesia da Livraria Cultura (alô sr. Pedro Herz, fica aqui meu protesto indignado pelo tratamento indigno que a poesia recebe em sua outrora meritória casa de livros. Além de permanecer naquela ladeira que nos deixa inclinados ao percorrer as lombadas, agora os volumes ficaram espremidos, em duas fileiras, numa estante menor e desajeitada, em flagrante descaso com o gênero sempre tão desrespeitado na maioria das livrarias. Lamentável). Mas eis que, lá na fileira de trás, encontro esta pepita, que procurei sem sucesso em Lisboa no ano de seu lançamento (lá também, ao que parece, a poesia não anda com essa bola toda). A alegria foi tão grande que até quase ia esquecendo de registrar o meu protesto, mas deixei...  ainda que, desconfio, de nada adiantará. 



E lá fui eu, aprender como se desenha (ops...) como se faz poesia (e isso lá se aprende?), essa "casa" que sempre me dá aconchego e guarida. 

No próximo post, o diário de viagem falará da exploração de uma outra topografia desta paulicéia múltipla em paisagens culturais e humanas, fonte inesgotável de possibilidades de exploração e descobertas (dtv)