Setembro foi um mês que durou anos. Setembro sem Primavera
nem sol, nem cor, nem nada. Só o azul dos jacarandás do meu bairro e seu
perfume a Funchal e à memória da infância me salvaram, além de intermináveis
conversas com uma amiga querida que há muito não via (ainda que em
circunstâncias adversas).
Ainda é Primavera e é tempo de renovação e retomadas.
Retornar a esta janela é preciso. Careço. Então retorno.
Ouço António Zambujo enquanto escrevo e a linda voz do
alentejano suaviza as dores do corpo (as da alma, o tempo, o tempo...).
A Mostra Internacional de Cinema já começou em São Paulo com
a bela exposição Manoel de Oliveira: Uma
História do Cinema, no Instituto Tomie
Ohtake e é uma bela forma de se preparar o espírito para a angústia de não
conseguir sequer escolher entre tanta oferta, quais os 3 ou 4 filmes que
eventualmente poderei ver. Excesso, sempre o excesso.
Manoel completará em dezembro próximo 105. História viva do
cinema e da história de seu país, Portugal. O cineasta é homenageado com esta
interessantíssima exposição que o Museu Serralves, do Porto, envia ao Brasil.
Que ninguém espere aqui o óbvio que seria esperado numa exposição desse gênero.
A exposição são os filmes projetados nas paredes e em espaços especialmente criados para eles. Fragmentos de seus filmes, nada aleatórios, que agrupam particularidades de uma filmografia com exatos 54 filmes. A relação de Manoel com a literatura é seu maior leitmotiv. Eça, Camilo e Agustina não foram exatamente "adaptados", mas são parte intrínseca de seus filmes, estão lá impressionantemente "inteiros", mas há outros motivos recorrentes, como a pintura e o teatro. Mas é a palavra, sobretudo a palavra que dá "corpo" às imagens moventes de Manoel.
A exposição são os filmes projetados nas paredes e em espaços especialmente criados para eles. Fragmentos de seus filmes, nada aleatórios, que agrupam particularidades de uma filmografia com exatos 54 filmes. A relação de Manoel com a literatura é seu maior leitmotiv. Eça, Camilo e Agustina não foram exatamente "adaptados", mas são parte intrínseca de seus filmes, estão lá impressionantemente "inteiros", mas há outros motivos recorrentes, como a pintura e o teatro. Mas é a palavra, sobretudo a palavra que dá "corpo" às imagens moventes de Manoel.
Esta foi uma bela maneira de iniciar a semana e o retorno ao
blog. (dtv)
bom retorno.
ResponderExcluirJa estranhava a janela vazia. Bom te ver por aqui novamente. Oásis.
ResponderExcluirLa primavera: extraño primer verano que lejos de responder a un proyecto soñado, con un año de atraso, llegó y si bien no fue lo esperado, fueron días donde prevalecieron la solidaridad, el amor por el otro,la generosidad y el optimismo de saber que la primavera llegaría...LLegó y hoy el alma se regocija... Margarita
ResponderExcluirPrimavera a sul, Outono a norte. Amarelos, castanhos e doirados do norte com os verdes e azuis do sul, pinceladas sentidas à alma.
ResponderExcluirSe assomar-me a esta janela é sempre sentir uma brisa de ar fresco, ouvir a "voz" da Maninha é.... cantoria de menina, lálárilálá...
bom que voltou. e gostei do novo visual. abraço!
ResponderExcluir