"Muito mais do que um sítio virtual, Alguma Poesia,
repositário de preciosos “boletins” com abordagens críticas sobre poetas
brasileiros e estrangeiros, é já uma verdadeira Instituição da língua da
poesia. O cuidado cirúrgico e extremamente respeitoso com o tratamento dado a
cada um dos boletins regularmente publicados há exatos 15 anos (sim, eu disse
QUINZE anos — e isso em termos de assuntos virtuais é assombroso), faz desse
espaço um lugar de referência e memória viva da poesia contemporânea. Não fosse
o bastante, transmutado em “poesia.net”, desenvolveu e ramificou-se em outras
formas “mais ágeis”, como cartões postais poéticos e uma página no Facebook,
ampliando, assim, a leitura da poesia e chamando atenção dos mais distraídos
para essa linguagem nem sempre levada tão a sério nesses meios ligeiros de
comunicação. Conexão admirável entre os próprios poetas e um número estonteante
de leitores alcançados. Atrás disso tudo há um nome: Carlos Machado, seu
criador e editor, poeta dos mais refinados, tradutor idem, crítico que só usa
de sua pena para falar do que acredita, jamais para dizer mal do que não gosta,
muito menos para provocar deliberadamente polêmicas estéreis tão comuns na
república das letras. Fica difícil acreditar que este desprendido e incansável
trabalho seja realizado por uma só pessoa que, diga-se, o faz de forma
competente, mas, sobretudo, amorosa, sem qualquer espécie de patrocínios
pecuniários, públicos ou privados. O papel de seguidora fiel e entusiasta desde
os primeiros tempos, a alegria de ser apresentada a poetas que desconhecia e
reler, de forma diversa, aqueles que já conhecia, já seria o bastante. Mas o
fato de ter sido contemplada com boletins e cartões postais foi além da
satisfação de leitora: representou verdadeira honraria que me enche, confesso,
de muita vaidade. Bem haja, Machado, timoneiro dessa nau que transporta carga
tão preciosa!
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