quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Da série, Olha só o que o carteiro deixou aqui




Cheguei há pouco do trabalho. Sobre a escrivaninha, esperava-me um envelope amarelo, subscrito com meu nome em letra elegante. O carimbo do correio registra: Madrid 10 Out.2014. Foi uma longa viagem (45 dias) até chegar ao seu destino. O gesto de abrir um envelope assemelha-se a gestos ancestrais de descobertas. Foi assim que mergulhei em delicadezas e poesia, mimos preciosos enviados por alguém que até então era um desconhecido (não é mais...). Uma edição fac-similar do Romancero Gitano de Lorca... objeto gráfico e simbólico tão estimado! E não só, recheado de outras delicadezas que me fizeram passear pela linda Madrid, cidade onde já estive por 3 ou 4 vezes mas que há anos não visito. Nunca estive lá no Outono, mas é a estação de que mais gosto (em qualquer canto do mundo). Receber folhas outonais madrilenhas, envolvidas em papel de seda com a legenda: "el otoño ha llegado" representa uma verdadeira epifania! Depois, passear pelo Reina Sofia, Prado, e o Museo del Romanticismo (este eu não conhecia) e um marca-página com a imagem da grande e trágica poeta argentina Alejandra Pizarnik!... Ser apresentada a Joaquin Sorolla (também não conheço - ó mundo tão vasto, e tanto ainda a conhecer!) e terminar o "passeio" em Lisboa, com Jazz às onze (assim como o remetente, também gosto de recolher postais por onde ando, guardá-los ou presenteá-los, marcas do vi e ouvi. Obrigada, caríssimo amigo. A partir de agora,  o amigo virtual torna-se uma presença física (real e de muita sensibilidade). E viva os "milagres" das redes sociais (para o bem e para o mal. Para o bem, neste caso, claro - até porque, os casos de "para o mal" simplesmente ignoro). Bem haja!



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