sábado, 7 de fevereiro de 2015

Uma confissão e um convite à reflexão

Sou filha legítima do pós-guerra (1946). Conheci, em criança, numa Europa devastada, a penúria da escassez, aprendi economia pela obrigatória necessidade cotidiana de poupar e não por números hiperbólicos midiáticos que o meu cotidiano não alcançava e nem quer alcançar.

(Sobre)vivi a um regime de exceção, 20 anos de tempos escuros, sob medos e incertezas.

(Sobre)vivi durante 15 anos a uma inflação de 3 dígitos, quando tínhamos que correr a depositar minguadas quantias no banco porque dinheiro em mãos representava desvalorização diária. Época em os funcionários de supermercados usavam uma famigerada maquininha etiquetadora para alterar os preços das mercadorias diariamente.

(Sobre)vivo ao massacre midiático (e histeria "moral" coletiva) atual que, a todo custo quer me convencer, sem sucesso, que vivo num país à beira do caos e da banca rota.  
Enquanto os tubarões se engolem, as piabas (os trabalhadores) e o trabalho seguem.

O Brasil é maior que o buraco e que os seus predadores. Apesar da praga (sempre condenável) de ordem moral e ética que nos assola (e desde sempre nos assolou), os cidadãos de bem são em maior número e sobreviverão a mais esta turbulência.

Toda esta minha digressão é para, nestes nossos tempos de "apocalipse", com toda a gente fazendo uso de jargões do economês e à beira de um ataque de nervos, recomendar que, serena e atentamente, se assista este expressivo trabalhador brasileiro que discorre, com muita propriedade e conhecimento de causa, sobre a sua realidade dentro da maior empresa de petróleo do mundo (sim, é brasileira, produz, dá lucro e começa com P). Afianço que vale a pena perder/ganhar os 10 minutinhos.


Trabalhador da Petrobras defende a empresa | Conversa Afiada

2 comentários:

  1. O recibo, o reconhecimento de firmas, o fiador, o depósito e o desconto em folha são provas de que ninguém confia na honestidade de ninguém..

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    1. Posso lhe assegurar que, a priori, eu confio até prova em contrário. Prova de que o (a) senhor (a) "não confia" é o fato de não se identificar aqui.

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