quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A memória e suas solidões

"Do lado esquerdo carrego meus mortos. 
Por isso caminho um pouco de banda."
                 Carlos Drummond de Andrade

Hoje, precisamente hoje, a Ilha da Madeira, minha terra natal, perdeu uma de suas talentosas bordadeiras, minha prima Maria Teresa Agrela, a nossa Teresinha. Morreu, dizem-me, serenamente sentada em sua poltrona predileta (bordando?) aos 86 anos de idade. Ficarão seus delicados bordados sobre as mesas e aparadores das pessoas que amou e a quem generosamente os presenteava. Ficarei com a memória dos sabores de seus assados e de seu pão (no forno a lenha), como estes, que preparou para me receber em agosto de 2014.




A Madeira vai sendo povoada pelos meus mortos e minhas solidões da memória que só a poesia poderá dar conta. 

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