sábado, 6 de setembro de 2014

Lisboa, num poema de 1989 (inédito) e uma imagem de 2014

O PASSADO À JANELA DO 28

Olhos coloridos de azulejos
homens e roupas ao vento
o passado passa
despudorado
à janela do elétrico
na porta do Martinho da Arcada
nos ferros retorcidos do Chiado
Olhares impassíveis de Garret e Junqueiro
a cabeça cheia de pombos
e a certeza da inutilidade da glória
Homens no lugar de outros homens
Lisboa é a mesma
apesar das Amoreiras


dalila teles veras, Lisboa, junho/1989


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